Sem vans, estudantes da Penha enfrentam martírio na volta para casa
quinta-feira, 25 de abril de 2013Estudantes do campus Fundão da UFRJ estão se sentindo literalmente ilhados na hora de tentar ir para a Zona Sul. Desde que a prefeitura proibiu a circulação de vans na região, os alunos têm passado horas nos pontos de ônibus da Ilha do Governador para conseguir voltar para casa, e sempre em coletivos cheios.
Alguns chegam a dizer que é impossível embarcar nos veículos nos horários de pico. Quem levava cerca de 40 minutos para chegar em Ipanema de van agora gasta mais de 1h30min, nos horários de rush.
É o caso da doutoranda Mariana Gutierrez, de 26 anos. A estudante, que se especializa em Engenharia Oceânica conta que só há duas opções de ônibus para a Zona Sul, que são as linhas 485 (General Osório – Penha) e 486 (General Osório – Fundão), e que eles não estão dando conta da demanda.
“O normal agora é ficar mais de 40 minutos no ponto esperando. Até acho que depois da proibição da circulação das vans eles aumentaram a quantidade de ônibus rodando, mas ainda não dão conta da quantidade de passageiros”, disse Mariana.
Sabrina Fonseca,27, colega de curso de Mariana, mora em Vila Isabel e faz baldeação no Centro. Ela conta que os transtornos também são encontrados pela manhã, quando vai para a universidade.
“Eu pego o ônibus em frente à Prefeitura, na Cidade Nova. Depois das 7h, eles chegam lotados, já saem cheios do ponto final”, disse a estudante.
Na manhã desta quarta-feira, estivemos no Fundão e acompanhou o martírio dos passageiros para embarcar em um ônibus da Linha 485, na Avenida Athos da Silveira Ramos, em frente ao Centro Tecnológico da UFRJ.
Mesmo sem ser horário de pico, cerca de 20 pessoas esperavam pelo coletivo, às 11h. Depois de 30 minutos no ponto, o ônibus encostou e todos se espremeram para entrar.
Antes da nova determinação da Prefeitura do Rio de Janeiro, contam os estudantes, a situação era melhor porque vans saíam do local a cada dez minutos, às vezes até menos, com direção à Zona Sul.
Coletivos sem boas condições de segurança no bairro da Penha
Os estudantes reconhecem que o transporte por van muitas vezes não era o mais recomendado, mas também alegam que muitos ônibus não apresentam condições adequadas de circulação e de segurança.
“Antes eu costumava ir de van, apesar de não ser o transporte ideal, quebrava o galho. Geralmente eu saio daqui 17h e não consigo pegar o ônibus antes das 18h. Eles vêm tão cheios que não tem como entrar”, falou a doutoranda de engenharia mecânica Cintia Nogueira, 25, moradora do bairro de Copacabana.
A Rio Ônibus, que representa as empresas, alegou que as frotas da linhas são determinadas pela Secretaria Municipal de Transportes. Essa por sua vez informou que irá programar uma vistoria para identificar a necessidade de aumento a frota das linhas 485 e 486.
Fonte: O Dia
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